Em um mundo cada vez mais conectado, as instituições financeiras encontram na computação em nuvem uma oportunidade não apenas tecnológica, mas também estratégica. Ao entender como migrar aplicações e dados para a nuvem, bancos, seguradoras e fintechs podem se posicionar à frente no mercado, entregando serviços de alta performance e agilidade. Este artigo traz reflexões, dados e dicas práticas para inspirar gestores e profissionais a explorarem todo o potencial da nuvem.
Ao longo deste artigo, você encontrará análises detalhadas dos números do mercado, explicações sobre modelos de nuvem, práticas de FinOps e orientações para superar desafios, culminando em uma visão inspiradora para o futuro do setor financeiro.
Mercado e Perspectivas Globais
O mercado de computação em nuvem cresce de forma exponencial. No Brasil, o setor foi avaliado em US$ 20,38 bilhões em 2024, com projeção para US$ 23,96 bilhões em 2025 e incríveis US$ 77,54 bilhões em 2032, refletindo uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 18,30% no período. Globalmente, o investimento em infraestrutura em nuvem aumentou 36,9% apenas no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período anterior.
O volume de dados migrado para ambientes em nuvem cresce duas vezes mais rápido do que o armazenamento local, representando quase 25% de todo o volume de informações no país. No setor bancário, os orçamentos para tecnologia passaram de R$ 35 bilhões em 2022 para R$ 42,3 bilhões em 2024, com previsão de R$ 47,8 bilhões em 2025. Além disso, 91% das instituições financeiras já utilizam soluções em nuvem, contra apenas 37% em 2020.
Principais Benefícios para o Setor Financeiro
Adotar a nuvem é abraçar uma nova forma de entregar valor aos clientes. Entre os principais ganhos, destacam-se:
- Eficiência operacional e redução de custos: processos mais leves, automação e pay-per-use.
- Escalabilidade e flexibilidade sem precedentes: escala sem limites de recursos para atender picos de demanda.
- Segurança e conformidade robustas: auditorias em tempo real e criptografia avançada.
- Experiência do cliente personalizada por meio de analytics e Open Banking.
- Compromisso com sustentabilidade: otimização de data centers e menor emissão de carbono.
Esses benefícios, quando combinados, fornecem uma base sólida para inovar continuamente, responder rapidamente a mudanças de mercado e melhorar o relacionamento com o usuário final.
Modelos de Nuvem: Escolha Estratégica
Não existe um modelo único que atenda a todas as necessidades. A nuvem privada, a pública e a híbrida (multicloud) se complementam, permitindo às instituições financeiras balancear segurança, desempenho e custos.
A multicloud híbrida oferece resiliência máxima, evitando dependência de um único provedor e facilitando a integração de novas tecnologias, como inteligência artificial generativa e machine learning. Grandes bancos já adotam esse modelo para acelerar a modernização de suas aplicações, minimizar riscos e garantir alta disponibilidade. Ao mesmo tempo, a nuvem privada continua essencial para transações sensíveis, com controles rígidos de acesso e padrões de segurança elevados.
FinOps: Otimização de Custos e Governança
Gerenciar gastos em nuvem exige disciplina e colaboração. O FinOps surge como uma cultura e um conjunto de práticas que ajudam as equipes de tecnologia e finanças a trabalharem alinhadas, buscando reduzir de 20% a 30% os custos sem sacrificar a inovação.
- Monitoramento contínuo de recursos para identificar desperdícios.
- Colaboração entre áreas de TI, finanças e negócios.
- Adoção de ferramentas automatizadas para alocação inteligente.
Empresas maduras em FinOps conseguem realocar recursos para projetos de inteligência artificial e novas plataformas de serviços. A SGA, por exemplo, gerou uma economia de R$ 72 milhões para seus clientes em setores como financeiro, saúde e varejo. Já o Banco BV evitou quase 30% de aumento nos custos graças a práticas de governança orçamentária aprimoradas.
Transformação Digital e Inovação Contínua
A pandemia de COVID-19 acelerou a migração para a nuvem, mas o processo de transformação digital vai muito além de uma resposta emergencial. Hoje, tratar a nuvem como mera despesa é uma visão ultrapassada. As empresas que enxergam a nuvem como instrumento estratégico de crescimento estão à frente na competição.
Nos próximos anos, veremos uma integração ainda maior com tecnologias emergentes: computação de ponta (edge computing), inteligência artificial generativa e, futuramente, computação quântica. Para surfar essa onda, é fundamental investir em capacitação de equipes, cultura ágil e ecossistemas de parcerias, criando um ambiente propício para inovação contínua no setor bancário.
Desafios e Caminhos para a Adoção
Apesar dos ganhos, a adoção da nuvem enfrenta barreiras. A migração de sistemas legados, a gestão de riscos e a adequação regulatória são pontos críticos que demandam planejamento. É preciso:
- Realizar uma avaliação profunda dos ativos e dependências.
- Planejar a governança de dados e políticas de segurança.
- Desenvolver roteiros de migração por fases, com testes contínuos.
Ao abordar esses desafios com estrutura e disciplina, as instituições garantem uma transição suave e maximizam os resultados.
Perspectivas para um Futuro Sustentável
Mais do que tecnologia, a nuvem representa uma oportunidade de construir um futuro mais sustentável para todos. Data centers modernos consomem menos energia e utilizam fontes renováveis, tornando possível reduzir a pegada de carbono das operações financeiras.
Além disso, práticas ágeis e DevOps aceleram o ciclo de vida de desenvolvimento, reduzindo retrabalho e desperdício. Ao adotar esses princípios, podemos criar soluções mais eficientes, seguras e ecologicamente responsáveis, elevando o padrão de qualidade em todo o setor.
Considerações Finais
A jornada para a nuvem no setor financeiro é desafiadora, mas repleta de oportunidades transformadoras. Com estratégia, governança e foco na inovação, as instituições podem alcançar níveis inéditos de agilidade, segurança e eficiência.
É hora de olhar para a nuvem não apenas como tecnologia, mas como o motor que impulsionará a próxima geração de produtos e serviços financeiros. O futuro pertence aos que ousam inovar e evoluir continuamente.
Referências
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- https://startups.com.br/artigo/uso-da-nuvem-cresce-no-brasil-mas-armazenamento-de-dados-precisa-de-otimizacao/
- https://www.nutanix.com/pt_br/solutions/financial-services
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- https://www.computerweekly.com/br/opinion/Quando-a-nuvem-deixa-de-ser-custo-e-passa-a-ser-estrategia
- https://convergenciadigital.com.br/governo/ia-e-nuvem-puxam-e-bancos-investem-r-478-bilhoes-em-ti-em-2025/
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- https://abes.org.br/crescimento-de-ia-e-aplicacoes-em-nuvem-aquecem-o-mercado-global-de-datacenter-aponta-adistec-brasil/
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- https://learn.microsoft.com/pt-br/cloud-computing/finops/overview







